Um fato bastante interessante ocorreu na propriedade na comunidade Monforte Frio, no município de Conceição do Castelo, sul do Espírito Santo. Um palmito da espécie juçara com várias hastes, ou cabeças como é chamada popularmente, surpreendeu o produtor Damião Guimarães, de 72 anos, e também técnicos do setor agrícola da região. "o fato chamou atenção de todos aqui. Nunca vi uma palmeira com quatro cabeças", afirma Adilar Viana, técnico do Incaper de Conceição do Castelo. Depois de receber a foto por e-mail, a Revista Campo Vivo foi saber sobre uma possível explicação para o acontecimento natural. Mas até mesmo pesquisadores da área afirmaram não saber qual poderia ter sido a causa para o fato e que nunca tinham visto algo parecido. Quem encontrou possíveis explicações foi o pesquisador da Embrapa Florestas, de Colombo-PR, Eduardo Seoane. Apesar de não ter analisado in loco a planta, Seoane relatou ao Campo Vivo. Algo muitíssimo interessante. Pela foto e pelos dados que chegaram (o palmito é nativo da variedade juçara e apresentava somente uma haste. Após um vento forte ele quebrou e, depois, apresentou perfilhamento de quatro cabeças), parece que a natureza manejou este indivíduo de uma maneira inédita e que, se possível de ser replicada, pode revolucionar o cultivo da espécie. No entanto, pode haver, além do manejo natural ocorrido, um fator de predisposição genética, entre outras variáveis possíveis. Presenciei há dez anos um fenômeno semelhante (mas não idêntico) em uma população natural do interior do RJ: do estipe (caule) de vários indivíduos adultos brotavam mudas! Parecia como se tivessem feito um buraco no estipe e depositado ali uma semente que brotaria depois, mas esta com certeza não era a explicação; tinha, aparentemente, mais ligação com a genética daquela população. Entre as outras variáveis possíveis, vale ainda destacar a estreita ligação entre as espécies do gênero Euterpe, sendo que algumas perfilham naturalmente. Há entre os estudiosos questionamentos sobre a correção da atual divisão do gênero nestas espécies. Há também a possibilidade de hibridização entre as espécies. O pesquisador manifestou interesse em participar de um possível projeto de pesquisa para estudar o curioso acontecimento.
Postagem por: Paulo Moraes Assessoria de Comunicação - PMCC Email: paulo.pmcc@gmail.com Tel: (28)3547 – 1101 / (28)9924 - 2159
Data de Publicação: terça-feira, 14 de junho de 2011